EPÍSTOLA AOS HEBREUS
Introdução
Esta epístola foi escrita para cristãos que eram judeus de nascença e por isso é chamada de Epístola aos Hebreus. Eles estavam sendo perseguidos e corriam o risco de abandonar a fé cristã e voltar para a religião dos seus antepassados. A epístola parece mais um discurso ou um sermão do que uma epístola; o autor não diz quem ele é, nem para quem está escrevendo. Só no final é que aparecem umas poucas referências a pessoas (13.22-24). Ninguém sabe com certeza quem escreveu este belo sermão.
O autor desta
epístola procura provar aos leitores que é por meio de Jesus Cristo que Deus
envia aos seres humanos a mensagem mais perfeita a respeito de si mesmo: Jesus é a revelação completa e eterna de Deus. Ele é o
Filho de Deus, superior aos profetas do Antigo Testamento, aos anjos e a Moisés
e Josué. Ele é o eterno sumo sacerdote, que se ofereceu a si mesmo como
sacrifício perfeito a Deus a fim de tirar os pecados da humanidade.
É por meio dele que Deus faz uma nova e perfeita aliança com o seu povo. E é
por meio de Jesus Cristo que se consegue a salvação eterna.
No capítulo
11 o autor fala dos heróis da fé, as pessoas do Antigo Testamento que
continuaram firmes na sua fé em Deus, mesmo quando enfrentaram derrotas,
perseguições e martírio. Ele recomenda aos seus leitores que pensem nesses
heróis e sigam o exemplo deles. Depois de vários conselhos, o autor termina com
uma oração, saudações e bênção.
Hebreus 1
A revelação
de Deus
"1 Passando por uma longa
linha de profetas, Deus falou aos nossos antepassados séculos a fio, de
diferentes maneiras. Em tempos recentes, a comunicação foi direta, por
intermédio de seu Filho. Por meio do Filho, Deus, no
princípio, criou o mundo, e no fim tudo vai pertencer ao Filho. O Filho reflete
perfeitamente que Deus é e está selado com a natureza de Deus. Ele
mantém tudo unido pelo que diz — palavras poderosas!
3 Depois de ter consumado o
sacrifício pelos pecados, o Filho tomou seu lugar de honra, nos altos céus, ao
lado de Deus, sendo maior em posição e domínio que qualquer anjo. Alguma vez
Deus disse a algum anjo: “Você é meu Filho; hoje me alegro em você”? Ou: “Eu
sou seu Pai, ele é meu Filho”? Quando ele apresenta seu Filho com todas as
honras ao mundo, ele diz: “Todos os anjos devem adorá-lo”.
7 Mas, com respeito aos anjos,
diz: Os mensageiros são ventos, os servos são línguas de fogo.
8 Mas
ao Filho ele diz: Tu és Deus e estás no trono definitivamente; teu governo tudo
corrige. Tens prazer quando as coisas andam bem e repudias quando
tudo está errado. É por isso que Deus, teu Deus, derramou óleo aromático sobre
tua cabeça, fazendo-te rei, muito acima dos teus queridos companheiros.
10 E mais uma vez ao Filho: Tu,
Senhor, deste início a tudo, estabeleceste os fundamentos da terra, depois
modelaste as estrelas no céu. Terra e céu se desfarão, mas tu jamais; eles se
gastam como roupa velha. Tu irás dobrá-los como um manto usado, e então os
guardarás. Mas serás sempre o mesmo, ano após ano. Nunca irás definhar, nunca
irás desvanecer.
13 E alguma vez ele disse algo
parecido a algum anjo: Assente-se aqui ao meu lado direito até que eu faça dos
seus inimigos um descanso para os pés?
14 Não é óbvio que todos os anjos
são enviados para ajudar os que foram designados para receber a salvação?"
Hebreus 2
O perigo da
negligência
"1 É fundamental que nos
apeguemos com firmeza ao que ouvimos, para que não nos desviemos. Se a antiga
mensagem entregue pelos anjos era válida e ninguém podia desprezá-la, acham que
podemos nos arriscar a desprezar a última, esta magnífica salvação? Antes
de tudo, ela foi entregue pelo Senhor em pessoa; depois, cuidadosamente
transmitida a nós pelos que dele a ouviram. Durante todo este tempo, Deus a
estava confirmando com os dons do Espírito Santo, todos os sinais e milagres,
conforme decisão divina.
5 Deus não encarregou os anjos da
salvação de que estamos falando. A Escritura diz: O que é o ser humano para que
te preocupes com eles? Por que desperdiçarias tempo te preocupando com eles? Tu
os fizeste quase tão importantes quanto os anjos, deslumbrantes com a luz da
aurora no Éden; depois, deste a eles responsabilidade sobre o mundo que
criaste. Quando Deus os designou responsáveis sobre tudo, nada foi excluído.
Mas ainda não vemos todas as coisas debaixo da jurisdição humana. O que vemos é
Jesus, feito “quase tão importante quanto os anjos” e então, pela experiência
da morte, coroado muito acima de qualquer anjo, com uma glória “deslumbrante
com a luz da aurora no Éden”. Naquela morte, pela graça de Deus, ele
experimentou plenamente a morte no lugar de cada ser humano.
10 Faz sentido que o Deus que
iniciou tudo e que tudo preserva agora conclua sua obra, tornando perfeito o
Pioneiro da Salvação através do sofrimento, enquanto ele conduz todas essas
pessoas à glória. Uma vez que aquele que salva e os que são salvos têm uma
origem comum, Jesus não hesita em tratá-los como família, dizendo: Vou contar a
meus bons amigos, meus irmãos e irmãs, tudo que sei sobre ti; vou me reunir a
eles num culto e em louvor a ti. Uma vez mais, ele se põe no mesmo círculo
familiar quando diz: Até eu vivo por depositar minha confiança em Deus. E uma
vez mais: Aqui estou com os filhos que Deus me deu.
14 Uma vez que os filhos são de
carne e sangue, é óbvio que o Salvador assumiu a carne e o sangue para
resgatá-los por sua morte. Abraçando a morte e tomando-a para si, ele
destruiu o poder que o Diabo exercia sobre a morte e libertou os que temiam em
vida por causa do medo da morte.
16 Assim, é evidente que ele não
suportou tudo isso por causa dos anjos, e sim por causa de pessoas como nós,
filhos de Abraão. Foi por isso que ele teve de assumir a vida humana de
forma integral. Então, quando se apresentou diante de Deus como sacerdote principal,
para retirar os pecados da humanidade, ele já havia experimentado toda a dor e
havia passado em todos os testes e agora tinha condições de ajudar no que fosse
necessário."
Hebreus 3
Cristo é
superior a Moisés. O perigo da incredulidade e da desobediência
"1 Portanto, prezados amigos
cristãos, companheiros nesta vocação até as últimas consequências, olhem com
muita atenção para Jesus. Ele está no centro de tudo em que cremos, pois foi
fiel em cumprir tudo que Deus ordenou. Moisés também foi fiel, mas Jesus tem
maior honra. O construtor tem mais valor que sua obra. Toda casa tem um
construtor, mas o Construtor por trás de tudo é Deus. Moisés fez um bom
trabalho na casa de Deus, mas foi um trabalho de servo, deixando as coisas
preparadas para aquele que haveria de vir. Cristo, o Filho, tem a
responsabilidade da casa.
6 Agora basta que nos apeguemos
com firmeza a essa ousada confissão, e estamos em casa! É por isso que o
Espírito Santo diz: Hoje, por favor, ouçam; não fechem os ouvidos como na “revolta
amarga”, o tempo de provação no deserto! Ainda que eles tivessem observado meu
trabalho por quarenta anos, seus antepassados não me permitiram agir do meu
modo e muitas vezes testaram minha paciência. Fui provocado — muito provocado!
Eu disse: “O coração deles nunca vai estar comigo; eles se recusam a andar nos
meus caminhos”. Irritado, jurei: “Eles nunca vão chegar ao seu destino, nunca
vão conseguir se sentar e descansar”.
12 Portanto, amigos, vigiem seus
caminhos. Certifiquem-se de que não haja nenhuma descrença maligna rondando e
que possa desviá-los do caminho, afastando-se do Deus vivo. Pois, enquanto
ainda é o Hoje de Deus, vigiem um ao outro para que o pecado não os adormeça.
Se pudermos manter a firmeza no ponto em que começamos, é o bastante para estar
com Cristo por todo o caminho. Estas palavras soam em nossos ouvidos: Hoje, por
favor, ouçam; não fechem seus ouvidos como na “revolta amarga”.
15 Quem eram as pessoas que se
fizeram de surdas? Não eram as mesmas que Moisés tirou do Egito? E quem
provocou Deus por quarenta anos? Não foram os mesmos que se fizeram de surdos e
viraram cadáveres no deserto? E, quando ele jurou que nunca iriam chegar ao seu
destino, não estava ele se referindo aos que se fizeram de surdos? Eles nunca
chegaram lá porque não o ouviram e nunca creram."
Hebreus 4
A entrada no
descanso de Deus pela fé
"1 Enquanto a promessa de
descansar nele nos impulsiona para o alvo de Deus, cuidemos para não sermos
desqualificados. Recebemos as mesmas promessas que o povo do deserto; no
entanto, elas não fizeram bem a eles, porque não foram recebidas com fé.
Portanto, se crermos, iremos experimentar o estado de descanso; se não crermos,
nada feito. Lembrem-se do que Deus disse: Com ira, jurei: “Eles nunca vão
chegar ao seu destino, nunca vão conseguir descansar de verdade”.
3 Deus fez essa promessa, embora
tivesse cumprido a parte dele antes da fundação do mundo. Em algum lugar, está
escrito: “Deus descansou no sétimo dia, tendo completado sua obra”, mas outro
texto diz: “Eles nunca vão conseguir descansar de verdade”. Portanto, essa
promessa ainda não foi cumprida. Os antigos não chegaram ao lugar de descanso
porque foram desobedientes. Deus continua renovando a promessa e estabelecendo
a data de hoje, como fez no salmo de Davi, séculos depois do convite original:
Hoje, por favor, ouçam; não fechem os ouvidos.
8 Essa promessa ainda é válida.
Ela não foi cancelada no tempo de Josué. Do contrário, Deus não continuaria
renovando a promessa para “hoje”. A promessa de “chegada” e “descanso” para o
povo de Deus ainda está de pé. Deus mesmo está neste descanso. E, no fim da
jornada, descansaremos com ele. Portanto, permaneçamos firmes e chegaremos ao
local de descanso. Se não houver desobediência, não haverá desvio.
12 Tudo que Deus diz é sério. O
que ele diz acontece. Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais
cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de
dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e propósitos do coração. Nada — nem ninguém — está fora do alcance
da Palavra de Deus. Não se pode fugir dela — não há como.
14 Agora, que já sabemos o que
temos — Jesus, esse grande Sacerdote Principal com acesso imediato a Deus —,
não podemos perdê-lo jamais. Não temos um sacerdote que não conhece nossa
realidade. Mas Jesus experimentou fraqueza e provações e experimentou tudo,
menos o pecado. Portanto, vamos andar direito e receber o que ele tem para nos
dar. Recebam a misericórdia, aceitem a ajuda."
Hebreus 5
Cristo,
superior ao sacerdócio da antiga aliança
"1 Todo sacerdote principal
selecionado para representar o povo diante de Deus e oferecer sacrifícios pelos
pecados deles deve ser paciente com as falhas deles, pois essa também é a sua
própria experiência. Isso significa que ele tem de oferecer sacrifícios pelos
próprios pecados, não só pelos pecados do povo.
4 Ninguém assume por conta própria
essa posição de honra. Precisa ser chamado por Deus, como foi o caso de Arão.
Nem Cristo se presumiu sacerdote principal: ele também foi separado por aquele
que disse: “Tu és meu Filho, hoje me alegro em ti!”. Em outro lugar Deus
declara: “Tu és sacerdote para sempre, na ordem real de Melquisedeque.
7 Enquanto viveu na terra,
antecipando a morte, Jesus clamou de dor e lamentou de tristeza, enquanto
apresentava suas orações sacerdotais a Deus. Ainda que fosse o Filho de Deus,
ele aprendeu uma obediência confiante pelo que sofreu, assim como nós. Então,
tendo chegado ao apogeu da maturidade e declarado por Deus sacerdote principal
na ordem de Melquisedeque, ele se tornou a fonte da salvação eterna para todos
os que obedecem a ele confiadamente.
11 Tenho muito a dizer sobre este
assunto, mas é difícil argumentar com vocês, pois se apegaram ao mau hábito de
não ouvir. Vocês já deveriam ser mestres, mas percebo que ainda precisam de
alguém que se sente com vocês e ensine de novo os princípios elementares acerca
de Deus, desde o início. Estão bebendo leite materno, quando deveriam estar, há
muito tempo, ingerindo alimento sólido! O leite é para principiantes,
inexperientes nos caminhos de Deus; o alimento sólido é para quem tem
maturidade e alguma prática em discernir o certo do errado."
Hebreus 6
Exortação ao
progresso na fé
"1 Portanto, vamos abandonar
os rabiscos da pré-escola e passar para as grandes obras de arte que retratam
Cristo. Cresçam em Cristo. As verdades fundamentais estão estabelecidas: virar
as costas para a “salvação da autoajuda” e se voltar para Deus com toda a
confiança; instruções batismais; imposição de mãos; ressurreição dos mortos;
castigo eterno. Se Deus nos ajudar, permaneceremos fiéis a tudo isso. Mas isso
não é tudo. Continuemos.
4 Os que já viram a luz, provaram
o sabor dos céus, foram parte da obra do Espírito Santo, experimentaram
pessoalmente a absoluta bondade da Palavra de Deus e os poderes que se
manifestaram em nós e, ainda assim, com desprezo, viraram as costas para tudo
isso e lavaram as mãos — bem, eles não podem começar tudo de novo, como se nada
tivesse acontecido. É impossível, porque crucificaram Jesus outra vez. Eles o
repudiaram em público. A terra ressecada que recebe a chuva produz uma colheita
farta, pois o lavrador que a cultiva tem a aprovação de Deus. Mas, se produz
ervas daninhas e espinhos, o mais provável é que ela seja amaldiçoada. Campos
assim são queimados, não produzem colheita.,
9 Amigos, estou certo de que isso
não acontecerá com vocês. Tenho os melhores pensamentos a respeito de vocês —
pensamentos sobre a salvação! Deus não perde nada. Deus conhece perfeitamente o
amor que vocês demonstraram quando ajudaram alguns cristãos em necessidade,
algo que continuam a praticar. Agora, quero que cada um de vocês tenha o mesmo
interesse por uma esperança saudável e a mantenham até o fim. Não voltem atrás.
Sejam como aqueles que nunca perderam a fé e receberam tudo que foi prometido a
eles.
13 Quando Deus fez aquela promessa
a Abraão, ele a endossou, pondo a própria reputação em jogo. Ele disse:
“Prometo que o abençoarei com tudo que tenho — bênção, bênção e bênção”. Abraão
se agarrou a isso e recebeu tudo que lhe foi prometido. Quando alguém faz uma
promessa, oferece também uma garantia, apelando para alguma autoridade acima
dele. Assim, se houver alguma dúvida a respeito da promessa, a autoridade entra
em ação, decidindo qualquer questionamento. Deus, como garantia de suas
promessas, deu sua palavra — uma garantia sólida como rocha. Deus não pode
quebrar sua própria palavra. E, como sua palavra não pode mudar, sua promessa é
também imutável.
18 Nós, que recorremos a Deus para
salvar nossa vida, temos todos os motivos para agarrar com as duas mãos a
esperança prometida e nunca mais a largar. Essa esperança é uma linha da vida
espiritual inquebrável, que vai além de tudo que é visível, até a presença de
Deus, onde Jesus está, pois ele se adiantou a nós e assumiu sua posição
permanente de sacerdote principal a nosso favor, na ordem de
Melquisedeque."
Hebreus 7
Melquisedeque,
tipo de Cristo
"1 Melquisedeque era rei de
Salém e sacerdote do Deus Altíssimo. Ele se encontrou com Abraão, que voltava
de derrotar alguns reis e o abençoou. Abraão, por sua vez, entregou a ele a
décima parte do espólio de guerra. O nome Melquisedeque significa “rei de
justiça” e Salém significa “paz”. Portanto, ele é também o Rei da Paz.
Melquisedeque é mencionado na História sem registro de laços familiares, sem
indícios de que teve início ou fim. Nesse sentido, ele é como o Filho de Deus,
uma presença sacerdotal grandiosa dominando todo o cenário.
4 Podemos deduzir que
Melquisedeque era alguém muito importante pelo fato de nosso pai Abraão ter
dado a ele o dízimo dos despojos. Os sacerdotes, descendentes de Levi, são
autorizados a recolher os dízimos do povo, ainda que sejam mais ou menos
iguais, sacerdotes e povo, tendo um pai em comum: Abraão. Mas esse homem, um
estrangeiro, recebeu dízimos de Abraão e abençoou aquele que havia recebido as
promessas de Deus. Em atos de bênção, o menor é abençoado pelo maior.
8 Vejamos o caso por outro ângulo:
entregamos nosso dízimo a sacerdotes que morrem, mas Abraão deu o dízimo a um
sacerdote que, de acordo com as Escrituras, “vive”, vocês podem até argumentar
que, sendo Levi descendente de Abraão e tendo Abraão dado o dízimo a
Melquisedeque, quando damos os dízimos à tribo sacerdotal de Levi eles terminam
em Melquisedeque.
11 Se o sacerdócio de Levi e Arão,
que deu a estrutura para a entrega da Lei, pudesse tornar as pessoas perfeitas,
não haveria necessidade de um novo sacerdócio, como o de Melquisedeque. Mas,
como esse sacerdócio não conseguiu cumprir seu objetivo, houve uma mudança de
sacerdócio. Com ele veio uma nova lei, que instituía mudanças radicais. Não há
meio de entender essas mudanças nos termos do antigo sacerdócio levítico. É por
esse motivo que não há nada na árvore genealógica de Jesus que possa conectá-lo
à linhagem sacerdotal de Levi.
15 Mas o episódio de Melquisedeque
traz uma analogia perfeita: Jesus, sacerdote como Melquisedeque, não por
ascendência genealógica, mas pela absoluta força da vida ressurreta — ele
também vive! —, é “sacerdote para sempre, na ordem real de Melquisedeque”. Os
antigos procedimentos, um sistema de mandamentos que nunca funcionou como
deveria, foram deixados de lado. A Lei não conduziu ninguém à maturidade.
Assim, um caminho que funciona — Jesus! —, que nos leva diretamente à presença
de Deus, foi posto em seu lugar.
20 O sacerdócio de Arão
perpetuou-se automaticamente de pai para filho, sem confirmação explícita de
Deus. Mas Deus interferiu e instituiu esse novo sacerdócio, que é permanente, e
adicionou uma promessa: Deus deu sua palavra; ele não voltará atrás: “Tu és o
sacerdote permanente!”. Isso faz de Jesus a garantia de um caminho muito melhor
para chegarmos a Deus. Um sistema que realmente funciona! Uma nova aliança!
23 Antigamente havia uma multidão
de sacerdotes, pois eles morriam e tinham de ser substituídos. Mas o sacerdócio
de Jesus é permanente. Ele está em seu posto agora e estará até a eternidade
para salvar todos os que se dirigem a Deus por meio dele e o tempo todo
trabalha para defendê-los.
26 Portanto, agora temos um
sacerdote principal que se adapta perfeitamente às nossas necessidades:
totalmente santo, sem o comprometimento do pecado e com autoridade que se
estende até a presença de Deus, nos céus. Diferentemente dos outros principais
sacerdotes, ele não precisa oferecer sacrifícios diários pelos próprios pecados
antes de nos atender. Ele mesmo se ofereceu como
sacrifício, e esse sacrifício é definitivo. A lei indicava como
sacerdotes principais homens que não conseguiam cumprir seu ofício com
perfeição. Mas a ordem que resultou da intervenção de Deus designou o Filho, que é absoluta e eternamente perfeito."
Hebreus 8
A antiga
aliança era o símbolo transitório da nova
"1 Em essência, temos um
sacerdote principal que, com autoridade na presença de Deus, conduz o culto,
no santuário verdadeiro, construído por Deus.
3 A tarefa do sacerdote principal
é oferecer dádivas e sacrifícios. Nesse ponto, não é diferente do sacerdócio de
Jesus. Se ele estivesse limitado à terra, não poderia ser sacerdote. Não
precisaríamos dele, pois há um grande número de sacerdotes que podem oferecer
as dádivas prescritas na lei. Esses sacerdotes, na verdade, apenas representam
o que acontece no verdadeiro santuário do céu — Moisés
teve um vislumbre dele na época em que estava para edificar o santuário do
tabernáculo. Foi quando Deus disse: “Siga exatamente o que você viu na
montanha”.
6 Mas a obra sacerdotal de Jesus
ultrapassa em muito a dos outros sacerdotes, pois ele faz parte de uma aliança
muito superior. Se a primeira aliança tivesse funcionado, a segunda não seria
necessária. Mas sabemos que a antiga aliança deixou a desejar, pois Deus disse:
Levantem a cabeça! Está chegando o dia em que vou estabelecer uma nova
aliança com Israel e Judá. Vou deixar de lado a antiga aliança que estabeleci
com os antepassados deles quando os conduzi pela mão na saída do Egito. Eles
não cumpriram a parte deles no acordo, por isso os deixei de lado. Mas a nova
aliança que estou fazendo com Israel não será escrita no papel, não será
esculpida em pedra. Desta vez vou escrever a aliança neles mesmos, vou gravá-la
no coração deles. Vou ser o Deus deles, e eles serão meu povo. Não
precisarão ir à escola para aprender de mim, nem comprar um livro do tipo
Conheça Deus em cinco lições. Eles vão me conhecer em primeira mão, o pequeno e
o grande, o comum e o importante. Eles vão me conhecer por terem sido
carinhosamente perdoados, por terem sua ficha de pecados apagada e limpa para
sempre. Quando a nova aliança entre Deus e seu povo passou a vigorar, a antiga
foi para a gaveta e lá ficará, acumulando poeira."
Hebreus 9
Os ritos,
ofertas e sacrifícios mosaicos eram imperfeitos e ineficazes
"1 A primeira aliança
continha orientações para o culto e contava com um lugar designado
especialmente para realizá-lo. Uma grande tenda exterior foi montada. Ela
abrigava o candelabro, a mesa e o “pão da presença”. Esse local era conhecido
como Lugar Santo. Uma cortina foi estendida, e atrás dela montaram uma tenda
menor: o Lugar Santíssimo. Ali foram postos o altar de incenso, feito de ouro,
e a arca da aliança, que era coberta de ouro e guardava uma urna de ouro com
maná, o cajado de Arão que floresceu, as tábuas da aliança e o propiciatório,
sob a sombra das asas do anjo. Mas não temos tempo para comentar isso agora.
6 Depois que tudo estava em seu
lugar, os sacerdotes cuidavam de suas tarefas na tenda maior, mas apenas o
sacerdote principal entrava na tenda interior, a menor, e isso uma vez por ano,
para oferecer um sacrifício de sangue pelos próprios pecados e pelos pecados
acumulados do povo. Essa foi a maneira utilizada pelo Espírito Santo para
mostrar, por meio de uma parábola visual, que, enquanto a tenda maior
existisse, o povo não poderia andar com Deus lado a lado. Nesse sistema, as
oferendas e os sacrifícios não podem, de fato, chegar ao âmago da questão, não
podem acalmar a consciência das pessoas, pois estão limitadas a questões de
ritual e comportamento. Trata-se, essencialmente, de um arranjo temporário, até
que uma revisão completa pudesse ser feita.
11 Mas, quando o Messias, o
sacerdote principal dos assuntos superiores da nova aliança, entrou em cena,
ele ignorou o antigo tabernáculo e seus utensílios neste mundo criado e se
dirigiu diretamente ao “tabernáculo” dos céus — o verdadeiro Lugar Santo — para exercer um ministério perfeito. Ele também descartou os sacrifícios
que consistiam em sangue de bezerros e de bodes e os substituiu pelo
oferecimento do próprio sangue. Esse foi o preço da nossa libertação
definitiva. Se o sangue de animais e os outros rituais de purificação tiveram
algum efeito positivo sobre nosso comportamento e nossa religião, imaginem
quanto mais o sangue de Cristo é capaz de purificar nossa vida, por dentro e
por fora. Por meio do Espírito, Cristo ofereceu-se como sacrifício sem defeito
e nos liberou dos esforços inúteis para que nos tornássemos pessoas
respeitáveis e pudéssemos viver para Deus.
16 Assim como um testamento só tem
efeito depois da morte de quem o fez, a nova aliança foi iniciada com a morte
de Jesus. Sua morte assinalou a transição da antiga aliança para a nova, cancelando
as antigas obrigações e os pecados que as acompanhavam e convocando os
herdeiros a receber a herança eterna que foi prometida a eles. Reuniu Deus e
seu povo neste novo caminho.
18 Mesmo na primeira aliança,
houve a necessidade de uma morte para sua confirmação. Depois de ler todos os
termos da aliança da Lei — o “testamento” de Deus —, Moisés pegou o sangue dos
animais sacrificados e, num gesto solene, aspergiu-o sobre o documento e sobre
o povo, que era o; beneficiário. Ele atestou sua validade com as palavras:
“Este é o sangue da aliança ordenada por Deus”. Fez o mesmo com o local de
culto e seu mobiliário. Moisés disse ao povo: “Este é o sangue da aliança que
Deus firmou com vocês”. Num testamento, pode-se dizer que tudo gira em torno da
morte. É por isso que o sangue, a evidência da morte, é tão usado em nossa
tradição, especialmente no que se refere ao perdão de pecados.
23 Isso indica a proeminência do
sangue e da morte em todas aquelas práticas secundárias, que apontam para as
realidades do céu. Indica também que, quando o que é real assume seu lugar, os
sacrifícios de animais não são mais necessários, pois já cumpriram seu
propósito. Cristo não entrou na versão terrestre do
Lugar Santo. Ele entrou no verdadeiro Lugar Santo e ofereceu-se a Deus como
sacrifício pelos nossos pecados. Ele não faz isso todo ano, como os principais
sacerdotes faziam na antiga aliança, com um sangue que não era o deles — se
fosse, ele teria de se sacrificar repetidamente no decorrer da História. Em vez
disso, ele se sacrificou, de uma vez por todas, assumindo todos os outros
sacrifícios no seu sacrifício — a solução final para o pecado.
27 Todo mundo tem de morrer uma
vez e, depois, encarar as consequências de sua vida. A morte de Cristo também
foi um acontecimento único, mas foi um sacrifício que levou nossos pecados para
sempre. Assim, da próxima vez que ele se manifestar, o resultado, para os que
estão ansiosos por encontrá-lo, será exatamente a salvação."
Hebreus 10
Os sacrifícios antigos eram humanos e transitórios.
A expiação feita por Cristo é divina e permanente
"1 A antiga aliança era
apenas um vislumbre das boas coisas da nova aliança. Uma vez que a antiga
“aliança da Lei” não era completa em si mesma, ela não poderia aperfeiçoar os
que participavam dela. Não importa quantos sacrifícios oferecessem ano após
ano, jamais conseguiriam uma solução definitiva. Se tivessem conseguido, os
adoradores seguiriam cada um o seu caminho alegremente, não mais presos aos seus
pecados. Mas, em vez de remover a consciência do pecado, a repetição dos
sacrifícios de animais na verdade só realçava a preocupação e a culpa, porque o
sangue de touros e de bodes não tem poder para eliminar pecados. É isso que a
profecia quer dizer, nas palavras de Cristo: Tu não queres sacrifícios e
ofertas ano após ano; e me preparaste um corpo, para o sacrifício. Não é o
aroma ou a fumaça do altar que te dá prazer. Então eu disse: “Estou aqui para
fazer do teu modo, ó Deus, como está determinado no teu Livro”. Quando ele diz: “Tu não queres sacrifícios e ofertas”, está
se referindo às práticas da antiga aliança. Quando acrescenta: “Estou aqui para
fazer do teu modo”, deixou de lado o sistema antigo para promulgar a nova
aliança — o modo de Deus —, por meio do qual nos tornamos perfeitos para Deus
pelo sacrifício único de Jesus.
11 O sacerdote trabalha no altar
todos os dias, oferecendo o mesmo sacrifício ano após ano, e nem de longe
resolve o problema do pecado. Como sacerdote, Cristo fez um sacrifício único
pelos pecados, e tudo se resolveu! Então ele se sentou à direita de Deus e
apenas esperou que seus inimigos desabassem. Foi um sacrifício perfeito
realizado por uma pessoa perfeita para aperfeiçoar pessoas muito imperfeitas.
Por meio daquela simples oferta, ele fez tudo que precisava ser feito para os
que tomam parte no processo purificador. O
Espírito Santo confirma: A nova aliança que estou fazendo com Israel não será
escrita no papel, não será esculpida em pedra. Desta vez vou escrever a aliança
neles mesmos, vou gravá-la no coração deles. Ele conclui: Vou limpar de vez a
ficha dos pecados deles. Uma vez que os pecados foram definitivamente
eliminados, não é preciso mais oferecer sacrifícios por eles.
19 Portanto, amigos, podemos
agora, sem hesitação, caminhar direto para Deus, até o “Lugar Santo”. Jesus
preparou o caminho pelo sangue de seu sacrifício e atua como nosso sacerdote
diante de Deus. A “cortina” que dá acesso à presença de Deus é seu corpo.
22 Então, avante! Cheios de fé,
confiantes de que estamos apresentáveis para ele, vamos nos agarrar às
promessas que nos fazem prosseguir. Ele sempre mantém sua palavra. Sejamos
criativos no amor, no encorajamento e na ajuda. Não
evite as reuniões de culto, como alguns fazem, desprezando os irmãos, ainda
mais agora, que o grande dia se aproxima.
26 Desistir e virar as costas para
tudo que aprendemos e recebemos, para a verdade que agora sabemos, é o mesmo
que rejeitar o sacrifício de Cristo, e estaremos sem defesa no juízo final — e
que julgamento será! Se a pena por quebrar a Lei de
Moisés era a morte física, o que acham que vai acontecer se vocês desprezarem o
Filho de Deus, se cuspirem no sacrifício que tornou vocês completos e se
insultarem o Espírito? Isso não é
pouca coisa. Deus já nos avisou: vai nos chamar para prestar contas e nos fazer
pagar. Ele foi muito claro: “A vingança é minha, e não vou deixar passar nada”.
Disse também: “Deus vai julgar seu povo”. Acreditem, ninguém vai escapar.
32 Lembram-se de quando vocês
viram a luz pela primeira vez? Eram tempos difíceis! Ser desrespeitado em
público e atacado de todas as formas era a rotina, às vezes com vocês, às vezes
com seus amigos. Se os amigos eram presos, vocês ficaram do lado deles. Se os
inimigos atacavam e tomavam seus bens, vocês os deixavam ir com um sorriso,
sabendo que eles não poderiam tocar no verdadeiro tesouro de vocês. Nada disso
os aborrecia, nada os fez retroceder. Então, não joguem tudo isso fora. Na
época, vocês eram confiantes. E devem ser agora! Vocês precisam perseverar,
permanecer firmes na aliança de Deus para alcançar o aperfeiçoamento prometido.
Não vai demorar agora, ele está a caminho; ele vai se manifestar a qualquer
momento. Qualquer um que esteja firme comigo descansa em leal confiança; mas,
se desistir e me abandonar, não ficarei satisfeito. Mas não somos perdedores,
não vamos desistir. Ah, não! Continuaremos firmes e sobreviveremos, sem perder
a confiança durante a caminhada."
Hebreus 11
A natureza da
fé
"1 O fato essencial da
existência é que esta confiança em Deus, esta fé é o alicerce sólido que
sustenta qualquer coisa que faça a vida digna de ser vivida. É pela fé que
lidamos com o que não podemos ver. Foi um ato de fé que distinguiu nossos
antepassados, elevando-os acima da multidão.
3 Pela fé vemos o mundo trazido à
existência pela palavra de Deus, o que foi criado e que podemos ver por meio do
que não vemos.
4 Por um ato de fé, Abel
apresentou a Deus um sacrifício melhor que o de Caim. Pelo qual obteve
testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Após
todos estes séculos, aquela fé continua a chamar nossa atenção.
5 Por um ato de fé, Enoque escapou
da morte. “Eles o procuraram e não o encontraram, pois Deus o tinha tomado.”
Sabemos, com base num testemunho confiável, que antes de ser tomado “ele
agradou a Deus”. É impossível agradar a Deus a não ser pela fé. Por quê?
Porque qualquer um que deseja se aproximar de Deus
deve crer que ele existe e que se preocupa o bastante para atender aos que o
procuram.
7 Pela fé, Noé construiu um barco
na terra seca. Ele havia sido avisado de algo que não podia ver e agiu apenas
com base no que foi dito a ele. O resultado? Sua família foi salva. Seu ato de
fé estabeleceu uma linha divisória entre a maldade do mundo descrente e a
justiça do mundo que cria. Como consequência, Noé tornou-se íntimo de Deus.
8 Por um ato de fé, Abraão disse
“sim” ao chamado de Deus e partiu para um lugar desconhecido, que se tornaria
seu lar. Quando ele saiu, não tinha ideia de para onde estava indo. Por um ato
de fé, foi residir no país que, de acordo com a promessa, seria dele. Viveu ali
como estrangeiro e morava em tendas. Isaque e Jacó fizeram o mesmo, vivendo
pela mesma promessa. Abraão agiu assim, mantendo o olhar numa cidade invisível
que tem fundamentos reais e eternos — a Cidade planejada e construída por Deus.
11 Pela fé, a estéril Sara
conseguiu engravidar, mesmo sendo já bem idosa, porque ela creu que a pessoa
que fez promessa iria cumpri-la. Foi assim que, de um homem idoso e sem vigor
nasceram milhões de pessoas.
13 Cada uma dessas pessoas de
fé morreu sem ver o cumprimento da promessa, mas ainda crendo. Como
conseguiram? Elas o viram e saudaram de longe, aceitando o fato de que eram
passageiros neste mundo. Quem vive assim sabe que está procurando seu
verdadeiro lar. Se estivessem com saudade do antigo país, poderiam ter
voltado quando quisessem. Mas buscavam um país muito melhor que o antigo —
buscavam o país celestial. É fácil entender por que Deus é tão orgulhoso dessas
pessoas e por que há uma Cidade à espera delas.
17 Pela fé Abraão, na hora da
prova, ofereceu Isaque de volta para Deus. Agindo com fé, ele estava disposto a
devolver o filho prometido, seu único filho, assim como se havia mostrado feliz
em recebê-lo — e isso depois de Deus ter dito a ele: "Seus descendentes
virão de Isaque”. Abraão raciocinou que Deus, se quisesse, poderia
ressuscitar o morto. Em certo sentido, foi o que aconteceu quando ele pôde
retirar Isaque vivo do altar.
20 Por um ato de fé, Isaque
vislumbrou o futuro enquanto abençoava Jacó e Esaú.
21 Por um ato de fé, Jacó, no
leito de morte, abençoou os filhos de José de maneira invertida (o mais novo
primeiro, depois o mais velho), abençoando-os com a bênção de Deus, não com a
sua — enquanto fazia uma reverência apoiado em seu cajado.
22 Por um ato de fé, José, na hora
da morte, profetizou o êxodo de Israel e deixou instruções quanto ao próprio
sepultamento.
23 Por um ato de fé, os pais de
Moisés, após seu nascimento, o esconderam por três meses. Eles perceberam a
beleza do bebê e desafiaram o decreto real.
24 Pela
fé, Moisés, já adulto, recusou os privilégios da casa real egípcia. Preferiu a
vida dura com o povo de Deus, em vez de se entregar à vida fácil de pecados com
os opressores. Ele preferiu o
sofrimento no arraial do Messias à riqueza dos egípcios, porque enxergava
adiante, antecipando a recompensa. Por um ato de fé, ele virou as costas para o
Egito, sem ligar para a fúria do rei. Ele tinha o olhar naquele que ninguém
pode ver e continuou firme. Por um ato de fé, celebrou a Páscoa e aspergiu o
sangue da Páscoa em cada casa, para que o destruidor dos primogênitos não
tocasse em ninguém.
29 Por um ato de fé, Israel
atravessou o mar Vermelho em terra seca. Os egípcios tentaram fazer o mesmo e
se afogaram.
30 Por um ato de fé, os israelitas
marcharam ao redor das muralhas de Jericó durante sete dias, e as muralhas
caíram.
31 Por um ato de fé, Raabe, a
prostituta de Jericó, acolheu os espiões e escapou da destruição que veio sobre
os que se recusaram a confiar em Deus.
32 Poderia prosseguir, mas não há
tempo. Ainda há muitos outros — Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel,
os profetas... Por seus atos de fé, eles venceram reinos, fizeram obras de
justiça, viram promessas cumpridas. Foram protegidos de leões, incêndios e
ameaças de morte, transformaram a desvantagem em vantagem, venceram batalhas,
afugentaram exércitos invasores. Mulheres receberam seus queridos de volta dos
mortos. Foram eles que, sob tortura, se recusaram a desistir e ser libertados,
preferindo algo melhor: a ressurreição. Outros enfrentaram abusos, açoites e,
sim, algemas e prisões. Temos informação de alguns que foram apedrejados,
serrados ao meio, assassinados a sangue frio; histórias de homens vagando pela
terra em peles de animais, sem teto, sem amigos, sem força — o mundo não os
mereceu! —, vivendo como podiam nas periferias cruéis do mundo.
39 Entretanto,
nenhum desses exemplos de vida de fé puseram a mão na recompensa prometida.
Deus tem um plano melhor para nós: que nossa fé se junte à deles, para formar
um todo completo, como se a vida de fé que eles tiveram não fosse completa sem
a nossa."
Hebreus 12
Devemos
imitar o exemplo de Cristo, que foi perseverante em meio às provações
"1 Percebem o que isso
significa — todos esses pioneiros iluminando o caminho, todos esses veteranos
nos encorajando? Significa que o melhor a fazer é continuar. Livres dos
acessórios inúteis, comecem a correr — e nunca desistam! Nada de gordura espiritual extra, nada de pecados
parasitas. Mantenham os olhos em Jesus, que começou e terminou a corrida de que
participamos. Observem como ele fez. Porque ele jamais perdeu o alvo
de vista — aquele fim jubiloso com Deus. Ele foi capaz de vencer tudo pelo
caminho: a cruz, a vergonha, tudo mesmo. Agora, está lá, num lugar de honra, ao
lado de Deus. Quando se sentirem cansados no caminho da fé, lembrem-se da
história dele, da longa lista de hostilidade que ele enfrentou.
4 Nessa luta incessante contra o
pecado, outros sofreram muito mais que vocês, sem falar no que Jesus enfrentou
— todo aquele derramamento de sangue. Portanto, nada de autocomiseração. Ou
vocês já se esqueceram de que os bons pais tratam bem os filhos e que Deus
trata vocês como filhos dele? Meus filhos queridos,
não desprezem a disciplina de Deus, também não sejam esmagados por ela. Ele
disciplina o filho que ama; o filho que ele abraça, ele também corrige. Deus
está educando vocês; é por isso que vocês nunca devem desistir. Ele está tratando vocês como filhos queridos. Essa
provação que vocês estão enfrentando não é um castigo; é um treinamento, a
experiência normal dos filhos. Só pais irresponsáveis deixam os filhos por
conta própria, vocês gostariam que Deus fosse irresponsável? Se respeitamos
nossos pais que nos educaram e não nos mimaram, por que não aceitar a disciplina
de Deus, para que possamos viver de verdade? Quando éramos crianças nossos pais
faziam o que para eles parecia o melhor. Mas Deus está fazendo o que é melhor
para nós. Está nos treinando para que possamos viver de acordo com seu santo
propósito. A disciplina nunca é divertida quando está sendo aplicada. É sempre
dolorosa. No entanto, mais tarde, evidentemente há uma bela recompensa, pois
quem é treinado adequadamente se torna maduro no relacionamento com Deus.
12 Não cruzem os braços! Não
fiquem parados! Preparem o caminho dos maratonistas, para que ninguém tropece,
caia ou pise em algum buraco e sofra uma contusão no tornozelo. Ajudem-se
mutuamente. E corram!
14 Esforcem-se para que seja
possível a convivência uns com os outros e com Deus. Senão o máximo que vão
conseguir é um vislumbre de Deus. Não permitam que ninguém despreze a
generosidade de Deus. Não deixem que a erva daninha da amargura se espalhe. Uns
poucos espinhos podem arruinar um jardim em pouco tempo. Cuidado com a
síndrome de Esaú: desprezar o dom permanente de Deus para satisfazer um apetite
passageiro. Vocês sabem que Esaú, mais tarde, se arrependeu daquele ato
impulsivo e tentou, ora com lágrimas, ora sem lágrimas, recuperar a bênção de
Deus — mas já era tarde demais.
18 Diferentemente dos seus
antepassados, vocês não foram até o monte Sinai — aquele fogo como que de
vulcão e estrondo de terremoto — para ouvir Deus falar. As palavras
ensurdecedoras e a mensagem forte a ponto de balançar a alma os aterrorizaram,
e eles imploraram que parasse. Quando ouviram a frase: “Se um animal tocar a
montanha, deverá morrer”, ficaram com medo até de se mexer. Até Moisés ficou
assustado.
22 Essa não é, de modo algum, a
experiência de vocês. Vocês chegaram ao monte Sião, a cidade onde o Deus vivo
reside. A Jerusalém invisível é habitada por
multidões de anjos festivos e cidadãos que creem. É a cidade onde Deus é o Juiz
e na qual seus julgamentos nos tornam justos. Vocês chegaram a
Jesus, que apresentou uma nova aliança, um novo alvará concedido por Deus. Ele
é o Mediador desta aliança. A morte de Jesus não foi como a de Abel, um
assassinato que clama por vingança. Em vez disso, tornou-se uma proclamação da
graça.
25 Portanto, não tapem os ouvidos
para essas palavras tão agradáveis. Se os que
ignoraram as advertências terrenas não escaparam, o que nos acontecerá se
virarmos as costas para as advertências do céu? A voz de Deus, naquela ocasião, sacudiu a terra até
os fundamentos. Desta vez, ele foi bem claro, vai sacudir os céus também: “Um
último abalo, muito violento e devastador, de cima para baixo”. A expressão
“um último abalo” significa uma limpeza completa, que elimina todo lixo
religioso e histórico e traz à tona a essência inabalável e limpa, sem mistura
alguma.
28 Viram o que conseguimos? Um
Reino inabalável! Conseguem entender como devemos ser gratos? Não apenas
agradecidos, mas em atitude de adoração profunda e reverentes na presença de
Deus. Pois Deus não é um espectador indiferente. Ele está ativamente limpando
a casa, queimando tudo que precisa ser queimado, e não vai desistir até que
toda a sujeira desapareça. O próprio Deus é o Fogo!"
Hebreus 13
Os deveres
sociais
"1 Estejam bem uns com os
outros, unidos pelo amor, sempre prontos para oferecer uma refeição ou uma
pousada, se alguém precisar. Pois alguns receberam anjos em casa, sem o saber!
Tratem os prisioneiros como se estivessem presos com eles. Cuidem das vítimas
de abuso como se o que aconteceu com elas tivesse acontecido a vocês. Honrem
o casamento e mantenham a pureza sexual entre marido e esposa. Deus não aprova
o sexo casual e ilícito.
5 Não fiquem obcecados por
adquirir bens materiais. Estejam satisfeitos com o que já possuem. Pois,
considerando, que Deus nos assegurou: “Não vou permitir que vocês caiam, nunca
vou abandonar vocês”, podemos corajosamente citar: Deus está pronto para nos
ajudar; não tenho medo de nada. Quem ou o que pode me atingir?
7 Tenham consideração para com
pastores que deram a vocês a Palavra de Deus. Observem como eles vivem e
permitam que a fidelidade deles ensine vocês, bem como a verdade que eles
defendem. Devemos ser persistentes, porque Jesus não
muda — ontem, hoje, amanhã, ele é sempre o mesmo.
9 Não vos deixeis envolver por
doutrinas várias e estranhas, porquanto o que vale é estar o coração confirmado
com graça e não com alimentos, pois nunca tiveram proveito os que com isto se
preocuparam.
10 O altar de onde Deus nos envia
o dom de si mesmo não se presta ao tipo de exploração praticada por gente
desonesta. No antigo sistema, os animais eram mortos, depois os corpos eram
retirados do acampamento. O sangue, então, era trazido para dentro do altar
como sacrifício pelo pecado. Ocorreu o mesmo com Jesus. Ele foi crucificado
fora das portas da cidade, e ali ele derramou o sangue do sacrifício, que foi
trazido para o altar de Deus, a fim de purificar seu povo.
13 Portanto, vamos para fora, onde
Jesus está, onde a ação está. Não devemos pensar em privilégios, mas assumir
nossa parte no sofrimento de Jesus. Esse “mundo que fica do lado de dentro” não
é nosso lar. Esperemos a cidade que está para vir. Vamos para o lado de fora
com Jesus, não mais derramando o sangue de
sacrifícios de animais, e sim os louvores dos nossos lábios a Deus, em nome de
Jesus.
16 Não pensem que, por achar que
tudo está resolvido, poderão se tornar preguiçosos e não fazer mais nada pelo
bem comum. Não. Compartilhem o que têm com os outros. Deus tem prazer especial
em atos de culto — um tipo diferente de “sacrifício” — que tem lugar na
cozinha, no local de trabalho ou na rua.
17 Sejam obedientes aos seus
pastores. Ouçam o conselho deles. Eles estão atentos à condição da vida de
vocês e trabalham sob a estrita supervisão de Deus. Contribuam para que a
liderança deles seja alegre, não penosa. Por que tornar as coisas mais
difíceis?
18 Orem por nós. Não temos dúvida
quanto ao que fazemos ou por que fazemos, mas é um trabalho difícil, e
precisamos das suas orações. Tudo que queremos é viver bem na presença de Deus.
Orem para que possamos nos reunir em breve. Que Deus, que reúne todas as
coisas, e torna todas as coisas completas, que estabeleceu a marca permanente
do sacrifício de Jesus, o sacrifício de sangue que selou a aliança eterna, que
trouxe de volta Jesus, nosso Grande Pastor, levantado e vivo dentre os mortos, que
agora reúna vocês e os presenteie com tudo de que precisam para agradá-lo, que
Deus faça de nós aquilo que de mais prazer a ele, por meio do sacrifício de Jesus,
o Messias. Toda glória seja dada a Jesus, para sempre e eternamente! Amém.
Amém. Amém.
22 Amigos, por favor, levem
muito a sério o que escrevi a vocês. Escrevi da maneira mais resumida que
pude; portanto, há muita coisa que não falei. Vocês vão gostar de saber que
Timóteo saiu da prisão. Se ele vier logo, vou com ele visitar vocês.
24 Transmitam uma palavra de
saudação aos seus pastores e a todas as congregações. Todos aqui na Itália
enviam lembranças.
25 A graça seja com cada um de
vocês."
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